Mercado reage a ata do Fed e às denúncias contra o ex-presidente

O dólar opera em alta nesta quarta-feira (19), em um dia de poucos indicadores econômicos, mas com atenção voltada para a divulgação da ata da última reunião do Federal Reserve (Fed), que manteve os juros americanos entre 4,25% e 4,50% ao ano.
A taxa de juros dos Estados Unidos é um fator determinante para os mercados globais, pois influencia a rentabilidade dos títulos públicos americanos, considerados seguros. Juros mais altos aumentam o atrativo do dólar, enquanto taxas mais baixas incentivam investimentos em ativos de maior risco.
No Brasil, a incerteza política também movimenta os mercados, após a Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciar o ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, opera em queda.
Cotações do dólar
Às 12h10, o dólar registrava alta de 0,10%, sendo negociado a R$ 5,6944. No dia anterior, a moeda americana havia recuado 0,41%, fechando a R$ 5,6887. Com isso, acumulou:
- Queda de 0,12% na semana;
- Recuo de 2,54% no mês;
- Perda de 7,95% no ano.
Fatores que influenciam os mercados
A divulgação da ata da reunião de janeiro do Fed é aguardada com grande expectativa pelos investidores, que buscam sinais sobre os próximos passos da política monetária americana. A inflação anual dos EUA atingiu 3,0% em janeiro, ainda acima da meta de 2,0% do Fed, impulsionada pelo aquecimento econômico e pelo baixo desemprego.
Além disso, a imposição de tarifas de importação nos EUA, anunciada pelo ex-presidente Donald Trump, pode impactar os preços dos produtos e pressionar a inflação ainda mais.
No Brasil, o foco é o avanço das denúncias contra Bolsonaro. A PGR acusa o ex-presidente de liderar uma organização criminosa e tentar abolir o Estado Democrático de Direito. Se a denúncia for aceita pelo STF, Bolsonaro se tornará réu e poderá enfrentar julgamento em 2025, antes das eleições de 2026.
A incerteza sobre os desdobramentos jurídicos e políticos do caso gera impacto no mercado financeiro, com investidores avaliando possíveis consequências para a economia e a estabilidade política do país.