Presidente dos EUA adia temporariamente taxas sobre importações de eletrônicos de alta tecnologia

Nesta segunda-feira (14), o dólar à vista caiu, acompanhando o movimento de baixa no exterior, enquanto investidores monitoram as mudanças na política comercial dos EUA, principal driver da volatilidade recente nos mercados.
Às 10h45, o dólar à vista recuava 0,52%, cotado a R$ 5,8344 na venda. Na B3, o dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,28%, a R$ 5,866.
Mercados globais reagem positivamente
As bolsas globais registraram altas após o governo Trump suspender temporariamente tarifas sobre eletrônicos de alta tecnologia, majoritariamente importados da China.
Na Ásia, o índice Hang Seng de Hong Kong subiu 2,4%, e o Kospi da Coreia do Sul avançou 1% às 4h10 (horário do leste dos EUA). Na China, o Índice Composto de Xangai fechou com alta de 0,8%.
Na Europa, o Stoxx 600 subia 2,48% às 10h50 (horário de Brasília), com o DAX alemão avançando 2,72% e o CAC francês, 2,32%. O FTSE 100 de Londres cresceu 1,85%.
Nos EUA, os futuros do Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiam 0,9%, 1,26% e 1,42%, respectivamente.
Cenário global e perspectivas
A queda do dólar no exterior beneficiou o real, com a moeda americana perdendo terreno frente a divisas fortes e emergentes, como peso mexicano, rand sul-africano e peso chileno. O alívio nos mercados emergentes veio após Trump recuar parcialmente em suas tarifas, que vinham alimentando temores de uma guerra comercial desde o anúncio do “Dia da Libertação”, em 2 de abril.
No entanto, no domingo (13), Trump indicou que planeja tarifar semicondutores, sugerindo que as isenções para eletrônicos serão breves.
Os mercados também aguardam negociações comerciais bilaterais entre EUA e Japão, marcadas para quinta-feira. Analistas alertam que tarifas amplas podem reacender a inflação global e levar a recessões, enquanto a incerteza nas políticas de Trump abala a confiança no dólar.
Moedas emergentes se beneficiaram de preços mais altos de commodities, como petróleo e minério de ferro, impulsionados pelas isenções e por dados econômicos positivos da China. A dependência da demanda chinesa por commodities segue como preocupação em mercados emergentes.
Analistas do Goldman Sachs observaram que as exportações sul-americanas para os EUA são limitadas, reduzindo o impacto direto das tarifas, mas a exposição à demanda chinesa e aos preços de commodities permanece significativa.
Investidores têm reduzido posições em ativos americanos, temendo que os EUA sofram mais com as tensões comerciais. O índice do dólar caía 0,30%, a 99,615.
A semana trará dados econômicos globais, como inflação na zona do euro e Japão, crescimento na China e a decisão de política monetária do Banco Central Europeu, na quinta-feira.
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