Envelhecimento da população exige mudanças
Previdência precisará de novas reformas, afirma secretário do Tesouro

O secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron, afirmou nesta segunda-feira (24) que o Brasil terá que passar por diversas reformas na Previdência ao longo dos anos. Segundo ele, o aumento da expectativa de vida e o envelhecimento da população tornam essa necessidade “irrefutável”.
Ceron destacou que uma das maiores preocupações do governo é o crescimento dos gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC), voltado para idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. O secretário alertou que o custo do programa tem aumentado acima do crescimento da economia e das receitas, podendo em breve atingir o mesmo patamar de despesas do Bolsa Família.
“O país precisa avaliar se essa situação é sustentável ou não”, afirmou. Ele também mencionou que o governo fez ajustes para melhorar a fiscalização dos beneficiários e reduzir fraudes, mas que o Congresso enfraqueceu parte das mudanças propostas na aprovação do pacote de contenção de gastos.
O governo, segundo Ceron, seguirá adotando medidas para tornar as finanças públicas mais sustentáveis.
Valorização do salário mínimo e equilíbrio fiscal
O secretário reforçou que a política de valorização do salário mínimo é uma prioridade do governo, mesmo gerando impacto fiscal. Segundo ele, a estratégia de reajustes acima da inflação aumenta a renda das famílias e reduz a pobreza.
“O presidente Lula sempre deixou claro que nada é mais importante do que a valorização do salário mínimo”, declarou Ceron.
No entanto, ele ressaltou que há um desafio de equilibrar esses aumentos com a saúde financeira do país. Por isso, foi aprovada uma regra que limita os reajustes reais a um máximo de 2,5% ao ano acima da inflação, em conformidade com o novo arcabouço fiscal.
Imposto de Renda: ampliação da isenção em análise
Ceron também comentou a proposta de isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil, que está sendo estudada por uma equipe técnica. Ele descartou preocupações sobre o impacto da medida na arrecadação, argumentando que a compensação virá da tributação sobre os mais ricos.
Segundo ele, a nova política não prejudicará grandes empresas que já cumprem corretamente suas obrigações fiscais.
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