Dólar Recua no Brasil com Otimismo por Negociações entre EUA e China
Expectativa de acordo tarifário e alta do petróleo impulsionam moedas emergentes
O dólar à vista no Brasil registrou forte queda de cerca de 1% na quinta-feira pré-feriado, aproximando-se dos R$ 5,80, alinhado ao recuo global da moeda americana frente a outras divisas emergentes. O movimento reflete o otimismo com possíveis avanços nas negociações comerciais entre os Estados Unidos, China e outros países, em meio à guerra tarifária.
Na semana, marcada pelo feriado da Sexta-feira Santa, o dólar acumulou baixa de 1,07%. Já em abril, a moeda registra alta de 1,75%. A cotação do dólar comercial fechou a R$ 5,804 para compra e venda, com queda de 1,03%. No mercado futuro da B3, o contrato de dólar de primeiro vencimento caiu 1,07%, atingindo 5.815 pontos. Na quarta-feira, o dólar à vista havia recuado 0,43%, fechando a R$ 5,8657.
Cotações do Dólar
- Dólar comercial: Compra: R$ 5,804 | Venda: R$ 5,804
- Dólar turismo: Compra: R$ 5,856 | Venda: R$ 6,036
O que Influenciou o Dólar?
A sessão foi marcada por maior apetite por risco, com investidores buscando moedas de países emergentes e exportadores de commodities. O movimento ganhou força após declarações do presidente americano, Donald Trump, que expressou confiança em alcançar um acordo comercial com a China, principal adversário na guerra tarifária. “Vamos fazer um acordo muito bom com a China”, afirmou Trump, sem detalhar.
O dólar à vista atingiu a máxima de R$ 5,8894 (+0,40%) às 9h12, mas recuou para a mínima de R$ 5,7970 (-1,17%) às 15h36, após os comentários de Trump. “A queda do dólar está ligada ao cenário externo, com outras moedas emergentes também se valorizando”, explicou Cristiane Quartaroli, economista-chefe do Ouribank. Ela destacou que a sinalização de Trump para um acordo comercial pode estar impulsionando esse movimento.
Outro fator foi a alta de mais de 3% nos preços do petróleo, beneficiando o real, já que o Brasil é exportador da commodity. Internamente, especulações sobre os impactos da guerra comercial na economia brasileira também influenciaram o mercado.
Inflação e Atratividade do Brasil
Economistas estão revisando para baixo as projeções de inflação para 2025, o que aumenta a atratividade do Brasil para investidores. “Uma inflação menor eleva o juro real, tornando o país mais interessante”, afirmou Laís Costa, analista da Empiricus Research. O Itaú, por exemplo, reduziu sua estimativa de inflação para 2025 de 5,7% para 5,5%, e para 2026, de 4,5% para 4,4%.
Na próxima terça-feira, após o feriado, o mercado aguardará a atualização das projeções no boletim Focus do Banco Central, em um contexto global mais incerto.
Cenário Global
No exterior, o dólar recuava ante moedas como o peso mexicano, o peso chileno e a lira turca, mas subia frente a divisas fortes. Às 17h15, o índice do dólar, que mede seu desempenho contra uma cesta de seis moedas, avançava 0,05%, a 99,363.
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