O presidente dos EUA, Donald Trump, durante coletiva de imprensa em 27 de fevereiro de 2025 — Foto: REUTERS/Kevin Lamarque
Os mercados globais sofreram um tombo nesta terça-feira (4) devido ao temor de uma guerra comercial desencadeada por Donald Trump. A resposta de China, Canadá e México às tarifas impostas pelo presidente americano sobre suas exportações gerou uma onda de pessimismo entre investidores. Os três países retaliaram anunciando novas taxas sobre produtos dos EUA, intensificando a tensão econômica.
Nos Estados Unidos, os principais índices — Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq 100 — registravam quedas próximas de 2% por volta das 13h30. O dólar também perdeu força globalmente, com o índice DXY caindo 0,33%, atingindo o menor patamar em três meses. Na Europa, o cenário foi ainda pior: bolsas como as da Alemanha, Itália, Espanha e França despencaram cerca de 3%, enquanto o Stoxx 600 recuava 2%.
Na Ásia, a maioria das bolsas fechou no vermelho. O Nikkei 225, do Japão, caiu 1,20%, e o Hang Seng, de Hong Kong, recuou 0,28%. A exceção foi o índice Xangai Composto, na China, que subiu 0,22%. No Brasil, os mercados estavam parados devido ao feriado de Carnaval.
A aversão ao risco cresceu com a percepção de que as tarifas americanas, como os 25% sobre importações de Canadá e México e os 10% extras sobre produtos chineses, podem elevar custos, pressionar a inflação nos EUA e afetar cadeias produtivas globais. Analistas, como Vitor Miziara, preveem mais retaliações nesta semana, o que pode agravar o quadro. Se a inflação subir, o Fed pode aumentar juros, freando o consumo e prejudicando o crescimento econômico mundial.
Trump justificou as tarifas como uma forma de conter a entrada de drogas, mas as medidas, que incluem taxas sobre aço, alumínio e até produtos agrícolas, aproximam o mundo de um conflito comercial. China e México já prometeram contra-ataques, enquanto o Canadá também se prepara para responder, deixando os mercados em alerta máximo.
Veja mais em: ‘Tarifaço’ de Trump: dólar e bolsas internacionais vivem dia de queda generalizada por medo de guerra comercial
